Um mês já se passou da Beatificação de João Paulo II, mas gostaria de rever com vocês algumas palavras que como missionário da juventude nos convida a refletir.
Hoje penetra no inconsciente coletivo da juventude uma incerteza na esperança, ainda mais quando vemos realidades juvenis trágicas, o assassino em realengo no Rio é aí uma ponta do aiceberg, muitos jovens sem esperança por vários motivos perdem a vida ou tira de outros.
Em 1985 João Paulo II nos convida a ter esperança em nossa juventude.
“Estai sempre prontos para uma resposta vitoriosa a todo aquele que vos perguntar acerca da esperança que vos anima.”
São estes os votos que faço, pensando em vós, jovens, desde o início do ano corrente. Este ano de 1985 foi proclamado pela Organização das Nações Unidas o Ano Internacional da Juventude; e este fato reveste-se de múltiplo significado antes de tudo para vós mesmos; mas igualmente para todas as gerações, para toda a sociedade. (...)
Dado que o homem é o caminho fundamental da Igreja, caminho da sua vida e experiência quotidianas, assim se compreende bem por que é que a mesma Igreja atribui uma importância especial ao período da juventude; trata-se de uma etapa-chave na vida de todos os homens. Vós, jovens, encarnais precisamente esta juventude: sois a juventude das nações e das sociedades, a juventude de todas as famílias e da humanidade inteira; vós sois também a juventude da Igreja. Todos, temos o olhar voltado na vossa direção, uma vez que todos nós, em certo sentido, nos tornamos continuamente jovens, graças a vós. E por isso a juventude não é somente coisa própria vossa, propriedade pessoal ou de uma geração: Ela faz parte do conjunto daquele espaço que cada um dos homens percorre no itinerário da sua vida e, ao mesmo tempo, é um bem especial de todos. É um bem da própria humanidade.
Em vós está a esperança, uma vez que vós pertenceis ao futuro, como o futuro a vós pertence. Com efeito, a esperança está sempre ligada ao futuro, é o anelo pelos “bens vindouros”. Como virtude cristã ela anda unida à expectativa daqueles bens eternos que Deus prometeu ao homem em Jesus Cristo. E simultaneamente esta esperança, como virtude a um tempo cristã e humana, é expectativa dos bens que o homem tornará realidade, utilizando os talentos que lhe foram dados pela Providência.
É neste sentido que a vós, jovens, pertence o futuro, como pertenceu, alguma vez, à geração dos adultos e exatamente juntos com eles se tornou atualidade. Desta atualidade, das suas múltiplas formas e da sua configuração, em primeiro lugar são responsáveis os adultos. A vós cabe a responsabilidade daquilo que um dia se tornará atual juntamente convosco e que, agora, ainda é futuro.
Quando dizemos que o futuro vos pertence, nós pensamos com categorias da transitoriedade própria do homem, cuja vida é sempre uma passagem no sentido futuro. Quando dizemos que o futuro depende de vós, pensamos com categorias éticas, segundo as exigências da responsabilidade moral, que nos impõe atribuir ao homem como pessoa – e às comunidades e sociedades que são compostas de pessoas – o valor fundamental dos atos, dos projetos, das iniciativas e das intenções humanas.
Esta dimensão é também a dimensão característica da esperança cristã e humana. E é segundo esta dimensão que o primeiro e principal voto, que a Igreja pela minha boca vos dirige, a vós jovens, no decorrer do Ano dedicado à Juventude é este: “estai sempre prontos para uma resposta vitoriosa a todo aquele que vos pergunta acerca da esperança que vos anima.” (Introdução da Carta apostólica do papa João Paulo II aos jovens e às jovens por ocasião do Ano Internacional da Juventude)
Portanto, peçamos a intercessão do Beato João Paulo II por toda nossa juventude e de modo especial a juventude missionária, para que o seu diferencial possa realmente ser o anúncio da esperança a outros jovens, aos jovens que estão na margem da sociedade fazendo-os acreditar que é possível viver uma juventude sadia, assim estaremos sendo solidários como missionários que somos.
Pe. Marcelo Gualberto
Secretário Nacional da Obra da Propagação da Fé
Publicado na Revista Missões - Junho2011
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