O papa Francisco já está em terras polonesas para a 31ª Jornada Mundial da Juventude. É a 15ª Viagem Apostólica internacional de seu pontificado. O voo da Alitália que levou o papa à Polônia partiu às 14h13min do aeroporto Fiumino, em Roma. Após ter percorrido 1.100 km, em menos de duas horas, o voo aterrissou pouco antes das 16 horas no aeroporto São João Paulo II, em Balice, distante 11 km de Cracóvia.
O pontífice foi recebido pelo presidente polonês, Andrzej Duda, acompanhado pela esposa, e o cardeal Stanislaw Dziwisz, arcebispo de Cracóvia e duas crianças.
Não houve discursos no aeroporto, mas uma acolhida oficial e informal, numa cerimônia em que foram entoados os hinos dos dois Estados e apresentadas as respectivas delegações.
Estavam presentes na cerimônia, entre outros, algumas autoridades do Estado; dom Stanislaw Gadecki, arcebispo de Poznán e presidente da Conferência Episcopal polonesa; o cardeal Stanislaw Rilko, presidente do Pontifício Conselho para os Leigos; cardeal Kazimierz Nycz, arcebispo de Varsóvia; dom Josef Clemens, secretário do Pontifício Conselho para os Leigos; os monsenhores Artur Gregorz Mizinski e Damian Andrzej Muskus, coordenadores respectivamente da viagem à Polônia e da JMJ, com alguns bispos poloneses e um grupo de fieis.
Após a cerimônia de boas vindas no aeroporto, o bispo de Roma se dirigiu de papamóvel ao Castelo de Wawel, onde manteve um encontro com as autoridades civis e religiosas e o corpo diplomático, num total de 800 pessoas.
Em seu discurso, o papa cumprimentou e agradeceu a todos pela acolhida generosa e as amáveis palavras de boas vindas. E afirmou: “É a primeira vez que visito a Europa Centro-Oriental e fico feliz por começar da Polônia, que, entre os seus filhos, nos deu o inesquecível São João Paulo II, idealizador e promotor das Jornadas Mundiais da Juventude. Ele gostava de falar da Europa que ‘respira com seus dois pulmões’.”
O sonho de um novo humanismo europeu – disse o pontífice - é animado pelo respiro criativo e harmônico destes dois pulmões e pela civilização comum, que afunda suas raízes mais sólidas no cristianismo.
Uma das características do povo polonês é a “memória” – recordou Francisco – que sempre ficou encantado pela história de João Paulo II. Quando ele falava dos povos, partia sempre da sua história, buscando ressaltar seus tesouros humanos e espirituais.
Nesta perspectiva, o bispo de Roma recordou os 1050 anos do Batismo da Polônia, celebrados recentemente: foi um momento forte de unidade nacional, que confirmou a concórdia na diversidade das opiniões.
Não pode haver diálogo sem partir da própria identidade – frisou o pontífice, que aprofundou o aspecto da memória: “Na vida de cada dia dos indivíduos e da sociedade, há dois tipos de memória: a ‘boa e a má’, a ‘positiva e a negativa’. A ‘memória boa’ é mostrada pela Bíblia no Magnificat, o Cântico de Maria, que louva o Senhor e a sua obra de salvação. Mas, a ‘memória negativa’ é a que fixa, com obsessão, o olhar da mente e do coração no mal cometido pelos outros”.
Referindo-se à recente história do povo polonês, o papa agradeceu a Deus porque soube fazer prevalecer a ‘memória boa’, com a celebração, por exemplo, dos 50 anos do perdão mútuo, dado e recebido pelos episcopados da Polônia e da Alemanha, depois da II Guerra Mundial.
A iniciativa envolveu, inicialmente, apenas as Comunidades Eclesiais, mas, depois, desencadeou um processo social, político, cultural e religioso irreversível, que mudou as relações entre ambos os povos.
Aqui, Francisco recordou ainda a Declaração Conjunta entre a Igreja Católica da Polônia e a Igreja Ortodoxa de Moscou, que deu início a um processo de aproximação e fraternidade entre as duas Igrejas, mas também entre os dois povos: “Assim a nobre nação polonesa mostra como se pode desenvolver a ‘memória boa’ e rejeitar a ‘má’. Por isso, são necessárias uma esperança e uma confiança firmes em quem guia o destino dos povos, abre as portas fechadas, transforma as dificuldades em oportunidades e cria novos cenários até mesmo impossíveis”.
Neste sentido, - acrescentou o santo padre - a consciência do caminho percorrido e a alegria das metas alcançadas dão força e serenidade para enfrentar os desafios atuais: econômicos, ambientais e migratórios.
Este último exige um suplemento de sabedoria e misericórdia, para superar os temores e produzir um bem maior: acolhida dos que fogem das guerras e da fome; solidariedade com os que estão privados dos seus direitos fundamentais; direito de professar, com liberdade e segurança, a própria sua fé.
Por isso, - advertiu o bispo de Roma - devem ser estimuladas as colaborações e as sinergias em nível internacional, para se encontrar soluções para os conflitos e as guerras, que forçam tantas pessoas a deixar as suas casas e a sua pátria: “Trata-se, pois, de fazer o possível para aliviar os sofrimentos dos migrantes e trabalhar, com inteligência e sem cessar, pela justiça e a paz, dando testemunho dos valores humanos e cristãos. À luz da sua história milenária, convido a nação polonesa a olhar com esperança o futuro, em clima de respeito e de diálogo construtivo, favorecendo o crescimento civil, econômico e demográfico”.
O papa concluiu seu discurso pedindo ao governo polonês políticas sociais apropriadas para a família, sobretudo as mais frágeis e pobres, e para a vida, que deve ser acolhida e protegida. “Que Nossa Senhora de Częstochowa abençoe e proteja a Polônia!”
Depois do encontro com as autoridades civis e religiosas e o corpo diplomático, no pátio do Castelo de Wawel, o santo padre manteve um encontro particular com o presidente da Polônia, Andrzej Duda.
Ao mesmo tempo, o cardeal secretário de Estado, Pietro Parolin, encontrou a primeira ministra polonesa, Beata Maria Szydlio, na presença do substituto de Estado e do núncio apostólico e de duas autoridades governamentais.
Por fim, o pontífice se transferiu à vizinha Catedral de Cracóvia, para um encontro com os bispos da Polônia. Assim, o papa conclui seu primeiro dia de atividades em terras polonesas.
FONTE: Rádio Vaticano
Comentários
bem haja juventude católica neste encontro com seu bispo,que possamos todos ser testemunhas de Cristo ressuscitado