Assembleia da Pontifícia Obra da Propagação da Fé avalia caminhada e planeja atividades


Teve início na noite desta quinta-feira, 11, na sede das Pontifícias Obras Missionárias (POM), em Brasília (DF), a VII Assembleia Nacional da Obra da Propagação da Fé (POPF). O encontro reúne 37 representantes das atividades da Obra, coordenadores estaduais da Juventude Missionária (JM) e membros das Famílias Missionárias, Idosos e Enfermos Missionários. Além de avaliar a caminhada deste ano, os participantes pretendem elaborar um caminho de discipulado para a Jovem Missionário e o manual das Famílias Missionárias, ambos propostos para 2015.

Esta é uma casa missionária e estamos felizes com a presença de cada um de vocês”, disse padre Camilo Pauletti, diretor nacional das POM ao acolher o grupo. O secretário nacional da POPF, Guilherme Cavalli, coordena os trabalhos e ao apresentar a programação pediu empenho na participação. A partilha das atividades realizadas ao longo de 2014, revelou um panorama muito rico em iniciativas e desafios. Congressos, formações, visitas, semanas missionárias, acampamentos, ações de solidariedade, experiências de missão, são algumas realizações dos grupos presentes em todos os estados do Brasil.

Lucas Guerra C. de Almeida explica que no Ceará, em 2015, a JM completará nove anos de caminhada. “Estamos em um período de amadurecimento de nossa caminhada, com grupos cada vez mais centrados na espiritualidade e no carisma missionário”. Todas as nove dioceses do estado têm grupos, contabilizando mais de 50. “Em alguns lugares a caminhada está iniciando e existe uma bonita troca de experiências e solidariedade”. Ele diz ainda, que para o ano que vem, programam realizar a 1º Missão Jovem do Regional Nordeste 1.

Formado por três dioceses, o estado de Alagoas conta com 52 grupos de JM. A diocese de Palmeira dos Índios tem também um grupo de Propagação da Fé e Idosos missionários. “Ganha destaque em nosso estado a missão da JM por meio de Tríduo ou Semanas Missionárias o que vem despertando interesse, assim como as missões em setores e paróquias”, relata Irmã Ana Aparecida Ferreira, missionária Claretiana, da coordenação estadual da JM. Esse dinamismo despertou interesse também no clero. “A JM trabalha em parceria com a IAM e, em alguma diocese, também com a catequese e participa dos Conselhos Missionários Diocesanos e Regional. A JM cresceu muito por causa da missão nas comunidades e a coordenação tem se desdobrado para dar assistência aos grupos”. Segundo a religiosa, o principal desafio são os recursos financeiros.


O bispo referencial para a missão no Regional Centro-Oeste e auxiliar de Brasília (DF), dom Valdir Mamede, presidiu a missa nesta sexta-feira, 12, solenidade de Nossa Senhora Guadalupe, a Padroeira das Américas. “Queremos hoje oferecer esperança a esse nosso difícil tempo, manifestando que Jesus Cristo também é esperança. E isso é mais do que nunca necessário para as juventudes que são bombardeadas e escravizadas. É uma escravização ao ter, ao poder, ao prazer”, afirmou dom Valdir em sua homilia. “Essas são amarras que acorrentam e ceifam a vida juvenil. No dia que comemoramos a Virgem de Guadalupe, somos chamados à filiação divina e somente trabalhando pela vida iremos cumprir essa missão”, completou.

O tema de formação, na manhã desta sexta, foi sobre liturgia e espiritualidade. O estudo teve a assessoria de Danilo Alves, da Rede Celebra que em sua explanação indicou pistas para articular fé e vida em três pontos: liturgia como fonte de espiritualidade cristã, como transmissora da fé e formadora de discípulos missionários. “Foi um momento propício para estudar a história da liturgia do 1º e 2º milênios e aprofundar elementos essenciais, a partir da constituição sobre a Sagrada Liturgia do Concílio Vaticano II”. Danilo explicou também, a necessidade de se evitar a espetacularização da liturgia e a busca pelo extraordinário. “É na simplicidade que o mistério Pascal deve ser celebrado”, ponderou ele e destacou a seriedade, simplicidade e beleza como elementos fundamentais para que a celebrações “sejam de fato orantes e verdadeiras e não apenas rituais vazios, ou cheios de sentimentalismos que perdem de vista o caráter comunitário”.

Para Jadson Bezerra, da equipe de articulação da JM em Pernambuco, estado com cerca de 15 grupos, essa reflexão sobre liturgia “é o direcionamento que os jovens necessitam para vivenciar plenamente o mistério Pascal de Cristo em suas atividades com o olhar além-fronteiras. Liturgia, comunicação e missão se entrelaçam para o anúncio”. Com isso, o jovem espera um maior acompanhamento dos grupos por parte das coordenações estaduais. “Garantir o perfil e a identidade do jovem missionário será o primeiro passo para que a JM celebre, em 2015, os dez anos de despertar para a missão ad gentes”.

Houve ainda espaço para refletir sobre a importância da comunicação na missão e os meios para dar visibilidade aos eventos, contextos e testemunhos missionários. Ao mesmo tempo, a Equipe das POM apresentou um panorama geral das atividades de cada obra e as perspectivas para o futuro, com destaque para a necessidade de se trabalhar em comunhão.

Neste sábado, 13, padre Maurício Jardim, da arquidiocese de Porto Alegre (RS) e missionário em Moçambique por três anos, ajudará a construir um caminho do discípulo a partir do encontro pessoal com Jesus, da escuta, do seguimento e da missão. A programação inclui ainda reuniões por macrorregiões e planejamento para 2015. Os trabalhos encerram no domingo, 14, com uma celebração de envio.

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