ÁFRICA/SOMÁLIA - A emergência fome está ainda longe de ser resolvida


O primeiro-ministro somali nega que a população de Mogadíscio esteja morrendo de fome, contrariando as Nações Unidas e o triste panorama de campos cada vez mais lotados de pessoas desnutridas. Depois de anos de guerra civil e estações de seca, as Nações Unidas, em julho de 2011, declararam estado de fome em 3 áreas da Somália controladas pelo grupo islâmico Al Shabaab, aliado de Al Qaeda, que é incompatível com o Transitional Federal Government (TFG), e que bloqueou o acesso a muitas agências humanitárias ocidentais. Desde setembro, a fome se espalhou para outras 3 áreas do país, milhares de pessoas morreram e 750 mil passam fome.

Em dezembro passado, as ajudas humanitárias e as chuvas começaram a melhorar a situação em algumas partes, mas não nos campos de refugiados, cheios de pessoas desesperadas e famintas.

Em Mogadíscio, existem mais de 300 campos que acolhem 185 mil deslocados, outras 18 mil pessoas indigentes e paupérrimas vivem em abrigos cobertos com plástico e papelão no povoado de Maajo, onde o governo nunca interveio. Consternados com os comentários do primeiro-ministro, ao agentes humanitários, em Mogadíscio, dizem que as coisas estão melhorando, mas a situação de emergência ainda está longe de ser resolvida. Segundo o Somali Relief, Rehabilitation and Development Organisation (SORRDO), no mês de agosto de 2011 houve muitos casos de desnutrição aguda, e mesmo que a situação tenha melhorado um pouco, emergem a cada dia novos casos. No centro administrado pela organização, as crianças recém-nascidas são pesadas para determinar o nível de desnutrição. Sacos de alimentos foram distribuídos através do Programa Alimentar Mundial (PAM). Foi criada uma cozinha ao ar livre com dezenas de enormes caldeirões de estanho que oferecem polenta e sopa a 6 mil pessoas que a cada dia fazem fila. Segundo as Nações Unidas, trata-se da maior crise humanitária do mundo.

FONTE: Agência Fides - 02/01/2012

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