JMJ RIO2013: uma grande graça para os brasileiros.


É desconcertante estar num local onde também estão outros dois milhões de pessoas. Isso em si já provoca um misto de emoções: espanto, alegria, admiração e até um pouquinho de temor. Quando se pensa no que tanta gente está fazendo ali, esse conjunto de sentimentos se torna ainda mais forte. Estão todos lá – a despeito do cansaço, do calor, do aperto, das diferenças de língua e de cultura – por amor a Deus. Isso desperta outro sentimento, que engloba os outros, e os ultrapassa: a fé.

Isso é uma Jornada Mundial da Juventude, festa sem paralelo que ocorreu em 2011 em Madri e que vai acontecer no Rio de Janeiro em 2013. Imagine essa multidão de dois milhões de pessoas aglomerada em torno do Santíssimo, mesmo depois da tempestade de chuvas, ventos e raios que sucedeu o calor de 48 graus. Imagine o trovão de dois milhões de vozes aclamando o Papa num arrepiante grito de paz. Imagine a multidão subdivida em milhares e milhares de grupos se locomovendo simultaneamente pela mesma cidade, tomando todos os espaços, colorindo-os com suas bandeiras, quebrando a monotonia e a rotina com as canções de seus países. Imagine-a vencendo todas as dificuldades com uma combinação de espírito de penitência e bom humor. Imagine-a encantando a imprensa e a população local com sua postura alegre e ordeira. Isso é uma Jornada Mundial da Juventude.

Mesmo faltando quase dois anos, esse evento incomum já começou no Brasil. Já começou no entusiasmo dos peregrinos brasileiros que estiveram em Madri e que voltaram para casa com a sensação de que trouxeram a Jornada Mundial da Juventude em suas malas. Já começou na avalanche de pessoas se apresentando para trabalhar como voluntários, cada qual com seus dons, na infinidade de tarefas que precisam ser realizadas. Já começou na monumental e emocionante peregrinação da Cruz dos Jovens e do Ícone de Nossa Senhora pelo Brasil, reunindo multidões nas grandes capitais e nas praças do interior e chegando a todos os lugares, seja nas catedrais, seja nas favelas, seja nas escolas, seja nas penitenciárias, seja nas quadras de esporte, seja nas clínicas de recuperação de dependentes químicos. Onde há um filho de Deus sorrindo ou sofrendo, lá estão a Cruz e o Ícone, mostrando que Jesus e Maria, e com eles, toda a Igreja, não os abandonaram.

E se toda essa mobilização – sem precedentes na história da Igreja do Brasil – já é uma grande graça em si mesma, pensemos nos frutos que podem vir dela! Alguns são mais ou menos visíveis e palpáveis: as igrejas cheias, a mensagem do Evangelho mais amplamente divulgada, novas vocações suscitadas, o espírito missionário renovado. Há inclusive frutos econômicos: a JMJ Madri terminou com lucro de 200 milhões de dólares. Mas os frutos mais importantes só Deus os conhecerá: os corações convertidos.

O arcebispo de Madri, Dom António Rouco Varella, disse, alguns meses antes da JMJ, que o evento seria um grande Pentecostes. O que se passou na capital da Espanha confirmou suas palavras. A Jornada Mundial da Juventude é um Pentecostes porque reúne, como no evento ocorrido há quase dois mil anos, povos de todos os cantos, de todos os idiomas, mas que se vêm como irmãos, pois formam uma comunidade de fé e de amor. Mas, mais do que isso, a JMJ é um grande Pentecostes porque é uma oportunidade para abrir o coração ao Espírito Santo para se converter, para descobrir o amor de Cristo e se transformar em discípulo missionário. No Rio de Janeiro, esse impulso à missionariedade deve ser ainda mais forte, pois está até no lema: “Ide e fazei discípulos entre todas as nações”.

Com tudo isso, a Jornada Mundial da Juventude mostra ao mundo que a mensagem de Jesus Cristo é sólida, viva e contagiante. Mostra que a Igreja tem um rosto risonho, acolhedor e jovem. Realizá-la no Rio de Janeiro é uma grande graça para todo o povo brasileiro.

Moisés de Oliveira Nazário, jornalista.
FONTE: http://pt.rio2013.com/

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