ÁSIA/INDONÉSIA - Alarme dos cristãos: proibido celebrar o Natal em Java


Devido a uma triste aliança entre as autoridades civis e os grupos extremistas islâmicos, os católicos da Igreja de São João Batista de Parung, sul de Jacarta (Diocese de Bogor), não poderão celebrar a Missa de Natal. Extremistas islâmicos estão há alguns dias circundando a igreja. Uma faixa traz os dizeres: "Nós, povo muçulmano de Parung, defendemos e colocaremos em prática o decreto do Regente n. 453.2/556, que ordena a interdição das atividades religiosas da igreja católica de São João Batista". Fontes locais da Fides confirmam que a Regency de Bogor (unidade administrativa) emitiu uma ordem que "proíbe aos cristãos as atividades religiosas públicas" e na prática, impede que os cristãos celebrem o Natal, alegando "razões de segurança". "É uma história que se repete e que aconteceu também no ano passado, quando celebramos o Natal em um estacionamento" - nota à Fides um católico de Parung. Os fiéis estão assustados e temem violências contra quem se aproximar da igreja.

Serão impedidas as celebrações natalinas e todas as manifestações públicas de culto, inclusive da "Igreja Cristã Indonésia" (Gereja Kristen Indonesia, GKI) de Bogor. A GKI, denominação protestante com forte presença na ilha de Java, continua a sua luta pela legalidade: mesmo tendo recebido autorização regular para construir uma igreja em Bogor, a realização da obra é impedida pelos militares islâmicos e até pelo prefeito de Bogor, Diani Budiarto, que emitiu a revogação da licença.

O clima hostil aos cristãos se estende também às igrejas já construídas. Pe. Emanuel Harjito, Diretor Nacional das Pontifícias Obras Missionárias (POM) na Indonésia, explica à Fides: "Há agitação na área de Java ocidental por causa da presença dos homens do Islamic Defenders Front (FPI). Em 2011 houve muitos episódios de violência. Muitas comunidades cristãs na área têm o direito ao culto negado, e praticar a própria fé é fortemente limitado ou proibido. Os grupos extremistas são pequenos, mas fortes, e lutam por uma nação exclusivamente islâmica, com a imposição da xariá, o que é contrário à Constituição, à Pancasila (cinco princípios básicos do país) e contra o pluralismo, caráter fundamental da Indonésia. As autoridades têm a obrigação de detê-los, mas isto não acontece". O Diretor nacional das POM conclui: "Expressamos aos cristãos de Bogor toda a nossa solidariedade. Um caminho que pode ser percorrido para tentar superar o problema é o diálogo e a interação entre líderes cristãos e muçulmanos, a fim de levar os extremistas a desistir de seus propósitos".

FONTE: Agência Fides - 21/12/2011

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