Recém nomeado
arcebispo de Campo Grande, Dom Dimas Lara Barbosa está concluindo seu mandato
como secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Ele
concedeu entrevista aos Jovens Conectados sobre a Igreja e a juventude do
Brasil. Confira a seguir os principais momentos:
A Igreja do Brasil
precisa acreditar na juventude. Eu tenho certeza: a experiência mostra que
quando você confia na juventude, no povo jovem de Deus, a resposta que ele dá
vai muito além daquilo que você poderia esperar. Eu espero que a Igreja no Brasil,
a começar da CNBB, não apenas nomeie uma comissão especial para trabalhar com
os jovens, não apenas foque o interesse nas jornadas mundiais da juventude, mas
efetivamente use a linguagem que a juventude entende e espera e dê o espaço que
a juventude merece. E aí continua valendo aquele mote que o padre Zezinho dizia
nos meus tempos de grupos de jovens, que já se vão alguns anos atrás: a Igreja
só será jovem quando o jovem for Igreja.
Kairós da
juventude
Estamos vivendo um
kairós específico da juventude, porque estamos às portas da Jornada Mundial da
Juventude de Madri. Temos também a possibilidade de uma Jornada no Brasil.
Temos a Campanha Nacional Contra o Extermínio de Jovens. E agora encaminhamos
também para a Assembleia da CNBB a proposta de que seja criada uma comissão
especial para a juventude.
A nossa entrada
nas mídias sociais – a CNBB está agora no Twitter,
no Facebook e no Orkut, com boa margem de seguidores, de participantes – mostra
que queremos falar com os jovens.
A própria criação
do Setor Juventude mostra isso. O Setor Juventude hoje tem mais de 60 entidades
entre movimentos, congregações religiosas, centros de formação, pastorais
específicas da juventude – são mais de 60 parceiros dispostos a trabalhar pelos
jovens.
As novas
tecnologias
As novas
tecnologias são desafios e são promessa, mas é claro que elas trazem
dificuldade. Estamos apoiando um projeto interessante que é o de fazer uma
pesquisa em dez mil colégios de todo o Brasil, tanto católicos como em
instituições publicas, sobre o comportamento do jovem e da criança diante das
mídias. Nós vamos enfocar a televisão, os games, a internet, o rádio e as novas
tecnologias em geral.
Essa mesma
pesquisa foi feita em outros países, no Uruguai por exemplo, e mostrou algumas
coisas que nos já conhecemos pela experiência, mas não temos quantificado. Por
exemplo: o problema que pode trazer o mau uso da webcam por uma pessoa que se
expõe.
A internet também
é um meio onde pode haver a difusão da droga, a exploração sexual de crianças e
adolescentes, o bullying, o problema da violência – tudo isso são elementos
perniciosos que as famílias precisam aprender a trabalhar. Há o problema do
jovem que fica conectado 24 horas por dia. Não sei se a tecnologia é um grande
desafio, mas é uma grande promessa, um grande instrumento. Se nos tempos do
Papa Paulo VI já valia, para o rádio e a TV, a advertência de que nós seremos
cobrados pelas futuras gerações pelo bom ou mau uso dos meios de comunicação,
essa mesma advertência continua valendo para as novas mídias.
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