Uma Parábola para o Mês Missionário

COLOQUE O MUNDO NO SEU LAR!

É tarefa dos Conselhos Missionários colocar o mundo no centro dos lares comunitários, no altar do nosso coração para falar a Deus que não pensamos só em “nós”, mas pensamos em todos!


É domingo na periferia da grande cidade. No silêncio da manhã as pessoas levantam-se e aprontam-se para a missa que vai acontecer no centro comunitário.

Neste fim de mundo as missas são cedo porque depois o povo vai ter um dia muito ocupado entre afazeres de casa, compras no mercado, encontro de formação à tarde... Durante a semana é trabalho no duro: não há tempo para nada. É levantar de madrugada, pegar ônibus e trabalhar até a noite. Precisa também estudar. Hoje em dia, quem não tem o segundo grau não encontra serviço. Por isso, depois do trabalho vem a escola. Até meia noite. A semana fica assim, muito puxada! Nem o domingo é para descansar...

E lá vai a nossa comunidade para a missa! Não tem igreja: neste fim de mundo ninguém se preocupa se tem igreja ou não... Bem que o pessoal quer sua igrejinha: mas um dia, com a graça de Deus vai chegar lá.

As várias pastorais da comunidade costumam levar com muito carinho todas as coisas necessárias para celebrar dignamente a Eucaristia no Centro Comunitário.

O CONSELHO DE PASTORAL leva a toalha branca limpinha e os óleos perfumados dos catecúmenos e do Crisma. Vai ter batizados! A mesa da eucaristia vai ficar mais cheinha de gente: um grande banquete, uma grande festa!

A EQUIPE DA CATEQUESE leva a Bíblia grandona e ilustrada. A Bíblia é o bê-á-bá dos pobres: ali se aprende um montão de coisas. É Deus que nos fala: se ele não sabe das coisas, que saberia?

A PASTORAL LITÚRGICA leva os vasos sagrados, a patena, o cálice e a pia batismal. Não são de ouro, são de barro: mas são bonitinhos, coloridos, envernizados... como o povo gosta. São coisas de pobres, mas têm tamanho onde cabe pão e vinho para todos.

A DIMENSÃO ECUMÊNICA E DO DIÁLOGO INTER-RELIGIOSOS leva o crucifixo e as velas, símbolos do Evangelho que anunciamos e do Deus da vida do qual todos somos filhos...

Enfim, as PASTORIAS SOCIAIS levam o pão e o vinho fruto da terra e do nosso trabalho. Às vezes são coisas que nos faltam, mas gostamos de partilha-las para que um dia haja justiça, terra, vida, paz e muito mais para todos. Também levam as flores da esperança e da promessa para o altar... porque um novo dia, cheio de vida para todos, irá chegar!

Gente! Temos que levar água também! – lembra seu Mário – A Sabesp cortou a água do Centro Comunitário, a conta não é paga há meses”... É vida de pobre mesmo! Mas não faz mal: os vizinhos quebram o galho para o pessoal.

Bom, está tudo pronto. Parece não faltar nada: o povo, a comunidade, o altar, os símbolos, o pão, o vinho, as flores... “Podemos começar que já estamos, como sempre, um <> atrasados!

Não, espera aí – fala alguém – Cadê o pessoal da DIMENSÃO MISSIONÁRIA?”

É... cadê? “Ainda ontem vimos a dona Salete e a dona Cida com seu Manoel voltando para casa à noitinha após a visita às famílias dos prédios novos”. Realmente, estão sobrecarregados de trabalho com este negócio de Missão Continental, Documento de Aparecida, de Projeto Nacional de Evangelização.

Será que não vão vir para a celebração? Será que a Missão prende tanto o pessoal que não tem mais tempo para a comunidade?

Nada disso. Eis a turma da DIMENSÃO MISSIONÁRIA, vem vindo com a criançada da Infância Missionária. “Bem em cima da hora!” fala o celebrante. “Ih! É desde o início da Igreja que nós estamos em cima da hora!” brincam os missionários.

Ótimo, gente. – diz o animador – O altar da Eucaristia já está preparado e agora estamos todos. As equipes e pastorais pensaram em tudo: a dimensão missionária pode ficar sossegada e participar da missa com aquela bela animação que todos conhecemos”.

Engano seu! – exclama a dona Salete – Não servimos só de oba-oba! Nós também temos algo a colocar no altar: um símbolo novo, um sinal de compromisso”. Vem ai um garotinho da Infância Missionária e enche um balão com a forma do mundo! “Devemos rezar com todos os povos e para todos eles! Senão acabamos sendo uma comunidade egoísta demais que pensa só em si!”.

Todo o pessoal ficou parado e em silêncio, nunca tinham pensado nisso: botar o mundo no altar.

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