Vida para todos os povos!

No dia 19 de outubro, penúltimo domingo do Mês Missionário, celebramos o Dia Mundial das Missões com orações, iniciativas e coletas em favor do trabalho de evangelização no mundo. As ofertas desse dia devem ser destinadas integralmente à Missão universal da Igreja e enviadas às Pontifícias Obras Missionárias – POM, por meio das dioceses. É uma oportunidade para mostramos nosso interesse e compromisso com as Missões aqui e além-fronteiras. As iniciativas propostas devem servir de estímulo para uma conversão pastoral e renovação missionária das comunidades cristãs (Cf. DA 370).
No Brasil, o tema da Campanha Missionária 2008 é “Vida para todos os Povos!” em sintonia com o tema da Campanha da Fraternidade, “Escolhe, pois, a Vida” (Dt 30, 19). O apelo proposto requer respostas urgentes uma vez que os problemas que ameaçam a vida da humanidade são tantos! Os povos espalhados pelo mundo esperam da comunidade missionária, pelo menos algumas soluções para garantir condições melhores em suas vidas tão fragilizadas, nas mais diversas manifestações e estágios. Conforme bem lembrou dom Erwin Kräutler, bispo de Xingu, PA, na sua profética intervenção durante o Congresso Americano Missionário – CAM 3 - Comla 8, realizado no mês de agosto, em Quito, “a humanidade pergunta a nós, comunidade missionária, que ‘recebeu a missão de anunciar o Reino de Cristo e de Deus’ (LG 6): o que significa o anúncio deste Reino para os grandes problemas que ameaçam a humanidade? Qual é a contribuição (relevância) da comunidade missionária para a solução desses problemas?... E nós, comunidade missionária, nos perguntamos: quais são esses problemas e qual é a solução que podemos oferecer ao mundo, à humanidade e, sobretudo aos pobres? Esses problemas têm solução?”
Faz parte da natureza do cristão possuir um coração universal, inflamado de solidariedade e caridade, marca do discípulo missionário de Jesus Cristo que deu sua vida pela humanidade. Nesse sentido, as preocupações dos outros deveriam ser também as nossas. Ao lançar um olhar para a vida de todos os povos, a Campanha Missionária 2008 quer recuperar a natureza da vocação cristã. Encontramos uma maneira de aprofundar a nossa reflexão e avançar. Pensar no essencial da vida cristã nos leva a pensar também na sobrevivência da própria Igreja: discípula missionária de Jesus. Uma comunidade que se fecha sobre si mesma está destinada a morrer. É por isso que o Documento de Aparecida, desejando renovar a Igreja fala do nosso compromisso com a missão Ad Gentes. “Nossa capacidade de compartilhar nossos dons espirituais, humanos e materiais com outras Igrejas confirmará a autenticidade de nossa nova abertura missionária” (DA 379).
Fica claro que a sobrevivência da nossa Igreja depende da sua ação missionária, indo além de suas próprias fronteiras, sejam geográficas, culturais ou pessoais. Somente quando a Igreja peregrina no mundo viver seu mandato missionário revelará a sua verdadeira natureza. “Pois ela se origina da missão do Filho e da missão do Espírito Santo, segundo o desígnio de Deus Pai” (AG 2).
Jaime Carlos Patias, imc,
Diretor da revista Missões, mestre em comunicação.
Fonte: Revista Missões

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