Jovens, discípulos missionários do Senhor

Como sendo a grande maioria da população brasileira, os jovens representam um potencial enorme para o presente e para o futuro de nossa nação, seguindo os passos do Mestre como discípulos e missionários do Senhor Jesus. No documento de Aparecida, encontramos alguns traços fundamentais da identidade do jovem hoje, cuja personalidade se caracteriza pela doação, generosidade e serviço aos mais necessitados. “Os jovens são sensíveis a descobrir sua vocação a ser amigos e discípulos de Cristo. São chamados a ser ”sentinelas da manhã”, comprometendo-se na renovação do mundo à luz do Plano de Deus. Não temem o sacrifício nem a entrega da própria vida, mas sim uma vida sem sentido. Por sua generosidade, são chamados a servir a seus irmãos, especialmente os mais necessitados. Têm capacidade para se opor às falsas ilusões de felicidade e aos paraísos enganosos das drogas, do prazer, do álcool e de todas as formas de violência. Como discípulos missionários, as novas gerações são chamadas a transmitir a seus irmão jovens, sem distinção alguma, a corrente da vida que procede de Cristo e a compartilhá-la em comunidade, construindo a Igreja e a sociedade” (Doc Aparecida n.443).

O terceiro milênio pertence aos jovens, expressão de Bento XVI, cujo convite deixou os jovens no Pacaembu, em maio do ano passado, vibrantes e cheios de motivação a seguir os caminhos do seguimento de Jesus. Por isso os jovens são chamados, das mais variadas formas para atar laços de fé e de compromisso na defesa da ecologia, da terra, do ar, da água, refazendo o chamado a serem “cuidadores” da criação, dom de Deus para os homens e mulheres. Na busca de concretizar o grande amor e generosidade palpitante no coração de cada jovem, se refaz o compromisso de co-responsabilidade na defesa da vida e da vida da natureza.

Ninguém faz nada sozinho, somo seres criados em comunidade e para a comunidade. Por isso, penso que uma das metas mais desafiadoras da evangelização da juventude está na inclusão de todos jovens como protagonistas do novo, que deve nascer neste mundo em decadência. Ninguém sabe quando, mas só nascerá se for gestado na comunhão e na unidade de todos, no seguimento de Jesus, como discípulos missionários à luz dos Evangelhos. Dói o coração de qualquer um de nós ao ver “que inúmeros jovens de nosso continente passam por situações que os afetam significativamente: as seqüelas da pobreza, da exclusão, da forte carga de alienação, vitimas das novas propostas religiosas e pseudo-religiosas, da crise familiar produzindo carências afetivas e conflitos emocionais(Doc Aparecida n. 444). Por isso, o caminho que levará todos, à dignidade de filhos e filhas de Deus está no “encontro pessoal com Jesus Cristo vivo e seu seguimento na Igreja, à luz do Plano de Deus, que lhes garanta a realização plena de sua dignidade de ser humano, que os estimule a formar sua personalidade e lhes proponha uma opção vocacional…(Doc. Aparecida n.446b).

Desejo que todos vocês, jovens, cresçam e amadureçam na fé, mergulhem cada vez mais no conhecimento de Jesus, na leitura orante dos evangelhos, na aproximação e descoberta da “beleza da Eucaristia dominical” que os leve a encontrar nela “Cristo e o mistério fascinante da Igreja”. Como rezou o Papa em Aparecida: “Fica conosco Senhor, acompanhai nossas crianças e nossos jovens que são a esperança e a riqueza de nosso Continente; protegei-os de tantas insídias que atentam contra a sua inocência e contra suas legítimas esperanças”.

Dom Anuar Battisti Arcebispo de Maringá Bispo referencial da juventude Regional Sul II

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