Desde o início de seu pontificado, o papa Francisco tem reforçado a natureza da Igreja e sua origem na Missão. Um dos pedidos feitos pelo pontífice na exortação apostólica Evangelli Gaudium, é que a “estrutura eclesial se torne um canal proporcionado mais à evangelização do mundo atual que à autopreservação”. Dar continuidade à dinâmica do êxodo e fazer da alegria do evangelho a alegria missionária que se espalha entre os povos, também é o desejo de doze jovens missionários do Brasil. O grupo se somou à outros 35 jovens paraguaios e formou a equipe de 47 missionários na Missão de Verão. A experiência é realizada pelas Pontifícias Obras Missionárias do Paraguai há nove anos.
Randenclecio Xavier atravessou o Brasil para participar da experiência missionária. Membro representante das Famílias Missionárias, atividade animada pela Pontifícia Obra da Propagação da Fé (POPF), o missionário saiu do estado do Rio Grande do Norte para responder ao chamado que, segundo ele, é impossível não ouvir. “Deus nos chama todos os dias de nossa vida, mas a resposta é livre. Eu saí de casa, deixei filho e esposa para responder ao convite que diz ‘Ide pelo mundo e pregai o Evangelho a toda à criatura’”.
A Missão de Verão do Paraguai integrou pela primeira vez, jovens, seminaristas e religiosas. A equipe foi organizada em sete núcleos que durante duas semanas de missão visitaram cerca de 600 famílias. A fé concreta vivida em comunidade “campesina” foi o que surpreendeu o jovem Diego Raposo, vice coordenador da Juventude Missionária do Estado de São Paulo. “Era bonito chegar e encontrar altar com santos nas casas. A cada visita era uma emoção diferente. Foi uma experiência incrível viver com aquele povo que era pobre economicamente, mas rico de tanto amor pelo próximo”, ressalta o jovem. A união da comunidade e o amor ao próximo também foi o que surpreendeu Marina Berton, jovem missionária gaúcha. “Nestes encontros com as famílias, sentia a existência de muita dor e sofrimento, mas ao mesmo tempo, sentia a existência de uma fé e de uma felicidade gratuita. Fé e felicidade que não culminam nos bens materiais ou nas futilidades do cotidiano. Sentimentos que se interligam diretamente com Deus, pela família e pela comunidade”.
Para Diego Duarte, jovem missionário do Paraguai, a diferença cultural e a presença dos brasileiros enriquece a experiência por exigir um cuidado especial. “Não podemos dar um testemunho amplo e universal se ficarmos apenas na nossa realidade. Os brasileiros se esforçaram e trouxeram para nos o amor e o exemplo de missionários que partem”. A próxima missão realizada pelas Pontifícias Obras Missionárias do Paraguai será durante a semana de Páscoa.
Guilherme Cavalli
FONTE: POM - 14/02/2014
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