A Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão, zona norte do Rio, recebe um dos eventos oficias da Jornada Mundial da Juventude (JMJ): a Feira Vocacional. O mau tempo não afasta os milhares de peregrinos que encontraram 50 confessionários, estandes vocacionais, uma tenda acústica, uma parede de escalada e tirolesa.
Os integrantes das tendas de instituições católicas de diversas nacionalidades se apresentavam aos peregrinos pelos seus nomes e costumes. Os peregrinos usavam camisas comemorativas da JMJ, carregavam bandeiras de seus países e entoavam canções católicas. O evento conta, ainda, com algumas ambulâncias para possíveis emergências, banheiros químicos e viaturas da Força Nacional reforçam a segurança dos visitantes.
Chamado à vocação
Quando adolescente, Adriana percebia uma estranheza no seu mundo. Via que aquilo que os outros jovens viviam não a completava. “Faltava alguma coisa dentro de mim”, diz ela. Foi quando entendeu que Deus a estava chamando e “impulsionando a viver de uma forma mais radical o Evangelho”.
“Fui me encontrando, e quando vi que de fato essa era a vontade de Deus, que aquilo me fazia feliz, vi que Deus me queria nesse mundo toda para ele", disse a jovem.
A irmã Adriana esteve na manhã desta terça-feira em uma banca da congregação Carmelitas Mensageiros do Espírito Santo, montada na Feira Vocacional da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) na Quinta da Boa Vista. Ela e milhares de outros fiéis conversam e percorrem as tendas, barracas e atividades em busca da aproximação comunitária e da maior afinidade com sua fé.
“A vocação a ser resgatada é a comunidade de vida. você deixa a vida para viver em comunidade, tal qual os apóstolos”, conta a voluntária Haissa Mendes, 21 anos, voluntária que acompanhava a passagem de som de uma banda de escoteiros em um palco montado na Quinta.
A poucos metros dali, pessoas se exercitavam em jumps disponibilizados pela prefeitura e outros passeavam em quadriciclos coletivos ao lado de filas de fiéis que esperavam sua vez de se confessar no confessionário poliglota do parque.
O objetivo da feira é o cultivo da fé dos cristãos, mas a conversão para uma vida inteiramente dedicada ao mundo espiritual é um percurso escolhido só por alguns. “Não temos interesse em seguir, mas temos muita fé e queremos mostrar para os outros”, contou Igor Alves, 19 anos, estudante de Brasília. “É o dom de servir a Deus que pode surgir por meio da feira”, disse sua amiga e conterrânea Gabriela Souza de Oliveira, 19 anos. Ela também é estudante e não pretende fazer da fé uma profissão oficial, mas um pilar da vida leiga.
“O jovem, que pode ser um leigo consagrado, vai ser enfermeiro (por exemplo), mas vai ser enfermeiro de uma forma diferente, porque ele vai encontrar um amor que impulsiona o meio profissional que está vivendo, então ele vai se destacar, porque tem algo diferente nele. Esse diferente é a espiritualidade, porque ele encontrou a vontade de Deus”, resume a irmã Adriana.
Para outros, as feiras vocacionais servem para aprofundar uma crença enraizada desde cedo. É o caso de Jeferson José Pereira, 26 anos. “É uma certeza que tenho desde os 6 anos. A gente encontra dificuldades, mas Deus sempre encontra um modo de nos puxar pelas orelhas”, conta ele, que luta contra o reumatismo que o afastou temporariamente da formação para seguir a vida religiosa. “Não estava conseguindo me doar (por causa da doença), mas estou decidido a seguir a carreira de sacerdote”.
Presença das POM
As Pontifícias Obras Missionárias (POM) também marcam presença na feira, com o objetivo de divulgar o trabalho da Igreja em sua dimensão universal. Diversos jovens já passaram pela tenda, além de membros da Infância, Adolescência e Juventude Missionárias de diversas nacionalidades como Cuba, Itália, Uruguai, Argentina, Estados Unidos e Angola.
A Feira Vocacional na Quinta da Boa Vista vai até a próxima sexta-feira, 26, quando o papa Francisco estará presente no local para ouvir a confissão de cinco jovens de diversas nacionalidades.
Com informações do Portal Terra e JMJ Rio 2013
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