Queridos internautas, a Juventude Missionária vem a
cada dia se tornando um grande meio de animação missionária em várias
comunidades deste nosso imenso Brasil. Sabemos que quanto mais se expandir,
maior é a nossa responsabilidade tanto com aqueles que estão à frente na
evangelização como aqueles que receberão a Boa Nova por meio dos Jovens
Missionários.
Na literatura bíblica com a vocação de Abraão,
começa alguma coisa totalmente nova. Deus intervém para formar para si um povo,
através do qual a salvação atingirá toda a humanidade.
Há cerca de 4.000 anos atrás viveu Abraão na
Mesopotâmia, uma terra fértil, porque é irrigada por dois grandes rios. Naquele
tempo era a região mais rica e mais progressista do mundo. Por volta do ano 1850 a .C., acontecem naquela
região perturbações políticas obrigando muitos a migrar. A família de Abraão
pertence a um desses grupos que são obrigados a abandonar a própria pátria.
Deus fala através dos acontecimentos históricos, Abraão sabe interpretar, nos
acontecimentos que o envolveu, a vontade de Deus, confia, deixa-se conduzir por
Ele.
Sem dúvida custa-lhe muito abandonar tudo, sua
terra, sua pátria, a família de seu pai, e dirigir-se para uma terra
desconhecida. Mas ele acredita que o Senhor sempre mantém a palavra.
Deus não revela para Abraão, desde o início, para
onde o quer conduzir, e tão pouco lhe indica todas as difíceis etapas que
deverá percorrer, se não ele desanimaria. Deus o chama e depois vai
manifestando pouco a pouco os passos que deverá dar.
O que aconteceu a Abrão é imagem de tudo o que
acontece na vida de todos nós batizados, discípulos e missionários de Jesus. No
espírito de conversão a que a Quaresma nos aponta, fica soando em nossos
ouvidos o “Sai da tua terra”.
Largar o que consideramos conquistado é a
condição para caminhar no caminho que Deus aponta. Ao ouvirmos a voz de Deus
que nos convida a deixar o modelo de vida que estávamos levando, a “vida
antiga”, o “jovem velho”. Deus invade a nossa vida, rompe todo o falso
equilíbrio, promete a nós uma vida diferente, autêntica. Desde o momento em que
respondemos sim a este chamado, começa para nós um longo caminho. O que Abraão
nos ensina é a não nos encolhermos dentro de nós mesmos, a termos a coragem de
abandonar determinadas atitudes, determinadas maneiras de pensar e de viver,
hábitos e costumes, que não condizem com o Evangelho. O afastamento sempre é
duro, mas também é muito que Deus promete.
Assim, a quaresma ao convidar para esta mudança e
confiança, para Deus e em Deus, nos chama também a um sair de nossas
comodidades e ir “missionar” sem ter medo, o jovem missionário que vive este
tempo de conversão com autenticidade, se questiona com as seguintes perguntas:
- Como tenho vivido este tempo favorável em minha
vida pessoal?
- Tenho feito do meu encontro com Deus uma
oportunidade de servir o meu próximo?
- Sei interpretar como Abraão os momentos históricos? Como
jovem missionário o que posso contribuir para que minha mudança de vida se
torne mudança de vida para outros jovens?
Pe. Marcelo Gualberto Monteiro
Secretário Nacional da Pontifícia Obra da Propagação da
Fé
Publicado na Revista Missões – Edição de Abril 2011
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