Sacerdotes Missionários

De 19 de junho de 2009 a 19 de junho de 2010 a Igreja celebra, no mundo inteiro, o Ano Sacerdotal, com o tema “Fidelidade de Cristo, fidelidade do sacerdote”. Neste ano, em que também comemoramos os 150 anos do falecimento do Santo Cura d’Ars (São João Maria Vianey) o Papa Bento XVI quer que nós, sacerdotes, e também todo o povo de Deus revalorizemos esta importante na Igreja: o sacerdócio ministerial. O Papa e também o Cardeal Cláudio Humes (Prefeito da Congregação para o Clero) destacam que, apesar de alguns membros infiéis, os sacerdotes, em sua imensa maioria, são homens bons, dedicados ao seu ministério, que dão sua vida pela causa do Evangelho, o que enche a Igreja de orgulho.

Em sintonia com o Ano Sacerdotal, gostaríamos de relembrar um dos aspectos da vocação sacerdotal, que é a missionariedade. Mesmo o padre diocesano deve ser, naturalmente, um padre missionário além fronteiras. Vários textos do Magistério (como por exemplo AG 39, OT 20, RMi 67 e outros) insistem que a formação dos seminaristas deve prepará-los para a disponibilidade missionária universal. Ainda que incardinado em uma diocese específica, o sacerdote diocesano deve sentir-se padre para a Igreja inteira, disposto a ir a qualquer lugar onde for necessário, mesmo fora das fronteiras de sua diocese ou nação. Igualmente os Institutos Religiosos devem estar abertos á missão universal, que, aliás, rejuvenesce e enriquece o Instituto, que nasceu da e para a Igreja (RM 66). Neste sentido, cabe aos Bispos despertar nos seus sacerdotes este senso missionário universal e, caso algum deles sinta-se tocado a oferecer-se para a nobre tarefa do primeiro anúncio evangélico naqueles lugares onde Cristo ainda é pouco ou nada conhecido, incentiva-los a partir.

Frequentemente ouvimos nossos bispos e o povo de Deus queixarem-se da falta de clero (mesmo em dioceses bastante abastadas!) e que por isso não podemos enviar nenhum sacerdote á missão, mas necessitamos receber cada vez mais. Se formos esperar solucionar todos os nossos problemas e limitações para só depois enviarmos missionários, certamente nunca os enviaremos, pois a cada dia surgem novos desafios e novas necessidades. É importante “dar de nossa pobreza”, como já diziam os Bispos em Puebla (DP 368). Ademais, já São Francisco de Assis dizia que é “dando que se recebe” e João Paulo II disse que “a fé se fortalece dando-a, partilhando-a” (RMi 2). Se tivermos clara a consciência de que os sacerdotes são para o mundo inteiro e não só para nós, com certeza seremos cada dia mais ricos em vocações e vocações santas e católicas (universais).

Oxalá o Ano Sacerdotal nos ajude a crescer nesta consciência e na fidelidade a Cristo, grande missionário do Pai.

Pe. Edson Assunção, Secretário Nacional da IAM

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